Estudos indicam que a automutilação em adolescentes pode estar associada a fatores psicopatológicos e diferenças de gênero nos métodos utilizados.
Principais Achados
Local das lesões e gravidade dos sintomas
Adolescentes que se cortam em outras partes do corpo além dos braços tendem a apresentar sintomas psicopatológicos mais graves.
Diferenças de gênero nos métodos de automutilação
- Meninas costumam utilizar cortes e arranhões nos braços e pernas.
- Meninos tendem a empregar métodos mais agressivos, como bater a cabeça e se queimar, resultando em lesões no peito, rosto e órgãos genitais.
- A presença de sangue também se mostrou um fator distintivo entre os métodos utilizados.
Motivações por gênero
- Meninas frequentemente relatam um desejo de morrer.
- Meninos tendem a usar a automutilação como uma forma de assustar alguém.
Funções mais comuns da automutilação
As motivações mais relatadas por adolescentes foram: Reforço Automático Positivo – Automutilação para “sentir algo”.
Reforço Automático Negativo – Automutilação como forma de regular emoções negativas.
A automutilação é frequentemente interpretada como uma tentativa desajustada de lidar com a desregulação emocional, especialmente em jovens expostos a maus-tratos. Estudos reforçam que esse comportamento está mais relacionado à regulação emocional do que a atos manipulativos.

Achados do Projeto: Automutilação e Conflito Parental
Durante o projeto, ao analisar pacientes entre 17 e 21 anos, foi identificada uma forte correlação entre automutilação e conflitos familiares, em especial aqueles relacionados à dinâmica materna e paterna.
Segundo Freud, a automutilação pode ter uma relação direta com conflitos parentais, levando o paciente a um estado psicológico de Angst (Melancolia e Suicídio) caso não receba tratamento adequado.
Padrões Identificados (2022-2023)
Conflito materno e paterno simultâneo
Conflito paterno no estágio pré-edipiano e conflito materno causado por alienação parental ou comportamentos maternos excessivos
Presença de alienadores na dinâmica familiar
Casos Exemplares:
Menina com automutilação
- Avó materna aliena contra a mãe
- Pai rejeita a filha
- Mãe sobrecarregada com trabalho e festas, mas avó não permite que a filha a acompanhe
Menino com automutilação
- Rejeição da mãe biológica (adoção)
- Rejeição do pai adotivo
- Mãe adotiva superprotetora
Menina com automutilação
- Padrasto abusador
- Pai negligente
- Avó materna alienadora
- Mãe ausente devido ao excesso de trabalho
Esses padrões reforçam a necessidade de um olhar clínico cuidadoso, integrando suporte psicológico, familiar e social para a redução dos riscos e um tratamento mais eficaz.